Distribuição de água potável no Brasil: Traduz um cenário positivo à população?

Distribuição de água potável no Brasil: Traduz um cenário positivo à população?

A distribuição de água potável para a população é medida básica de saúde pública. É essencial que as pessoas compreendam o sistema de abastecimento de suas redes hídricas para que possam conhecer e atestar a qualidade da água que consomem.

Segundo Rodolfo F. Alves Pena, Mestre em Geografia pela Universidade Federal do Paraná (2014), quando o assunto é disponibilidade hídrica, o Brasil é considerado uma potência econômica mundial, pois o território brasileiro concentra cerca de 12% de todas as reservas de água existentes no mundo. Porém, este fato não indica que o país nunca tenha passado por uma crise de falta de água e a principal razão para este acontecimento é a questão da distribuição da água no Brasil e sua utilização.

De acordo com o site da Sabesp, a fonte utilizada para o abastecimento público vem das mananciais, que são reservas hídricas. O tratamento da água se inicia nas próprias mananciais, pois o trabalho preventivo é fundamental para garantir a qualidade da água. Depois que a água é tratada, fica armazenada em reservatórios de distribuição para posteriormente ser levada até os reservatórios de bairros, que são estrategicamente localizados.  Através de tubulações maiores a água entra na rede de distribuição e chega aos consumidores.

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Manancial de São Sebastião do Paraíso

Para a sociedade é nítida a relação existente entre a saúde e o saneamento básico. Inúmeras doenças poderiam ser evitadas, ou até mesmo eliminadas, se o setor recebesse o tratamento devido. Tanto que, a falta de investimento tem impactado na saúde da população brasileira em determinadas localidades do país. Dados do IBGE comprovam que, há alguns anos atrás, foram registrados mais de 800 mil casos de doenças que estão completamente ligadas à má qualidade da água, enchentes, ausência do tratamento correto dedicado ao esgoto e do lixo (dengue, malária, hepatite A, leptospirose, tifo e febre amarela).

Dados do IBGE apontam que existe grande desigualdade na distribuição dos serviços pelas grandes regiões do País. Em resumo, nota-se que a região Sudeste se destaca com os melhores serviços de saneamento, enquanto as regiões Nordeste e Norte são as que apresentam os piores índices. No Nordeste, mais da metade dos municípios não têm rede de abastecimento de água e de esgotos.

Ainda segundo Rodolfo F. Alves, a distribuição da água no Brasil é naturalmente desigual, pois as áreas menos povoadas utilizam a maior parte dos recursos hídricos. A relação entre densidade demográfica e a disponibilidade de água entre as diversas regiões do país pode ser visualizada na tabela e no gráfico abaixo:

Região Densidade demográfica (hab/km²) Concentração de recursos hídricos do país
Norte 4,12 68,5%
Nordeste 34,15 3,3%
Centro-Oeste 8,75 15,7%
Sudeste 86,92 6%
Sul 48,58 6,5%

 

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Gráfico da distribuição de água no Brasil por regiões

A alta perda de água nas cidades brasileiras causada pela ineficiência do sistema de distribuição é uma situação bastante preocupante em termos de saúde pública: Aproximadamente 40% do que é produzido nas estações de tratamento não chega às torneiras dos consumidores devido às falhas existentes nos sistemas de distribuição. Dados oficiais apontam que 35 milhões de brasileiros não têm acesso à rede de abastecimento de água em suas residências, considerando que a população enfrenta racionamentos de água e interrupções frequentes de uso, estima-se que 70 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável.

Numa visão geral, pode-se concluir que apesar da má distribuição da água no território nacional, ainda há a possibilidade de abastecer corretamente, mesmo as áreas com menor disponibilidade de água, se forem feitos planejamentos e ações públicas de interesse social. Outro ponto a ser levado em consideração para a mudança deste cenário é a conservação, manutenção e investimento nos rios, mananciais e também das reservas florestais.